O que é dança contemporânea?

A dança moderna é um tipo de dança teatral que se desenvolveu no início dos séculos XIX e XX e desde então se tornou um dos gêneros de dança mais populares, especialmente no mundo ocidental.

Alguns teóricos acreditam que a dança moderna tem suas raízes na experimentação dos artistas pós-modernos do Judson Dance Theatre, que surgiram nos Estados Unidos nos anos 60. Entretanto, os valores éticos e estéticos da dança moderna podem ser traçados desde o início do século 20, no pensamento dos primeiros precursores da dança moderna, como Isadora Duncan.

No prefácio do livro “A Poética da Dança Contemporânea” do designer francês Laurence Louppe, a designer Maria José Fazenda afirma: “No contexto das várias expressões poéticas criadas pelos fundadores da dança contemporânea, de Isadora Duncan ao Judson Dance Theatre, Rudolf Laban, Mary Wigman, Martha Graham e Mers Cunningham e outras que Louppe propôs e cuja consistência ainda hoje se reflete, tomamos a liberdade de usar a introdução fornecida por nosso autor inserindo a palavra “talvez” ao lado do verbo com o qual ele delimita cronologicamente os últimos fundadores do Memorial – “e cujos últimos representantes podem pertencer à geração dos anos 60 nos Estados Unidos dentro do famoso Teatro de Dança Judson” – para estender este período até os anos 70, também nos Estados Unidos, para incluir a improvisação de contato, cuja invenção é atribuída a Steve Paxton em 1972.

É verdade que o caráter radical do trabalho do Judson Dance Theatre, ligado à proliferação de movimentos que podem ser chamados de dança e à ampla gama de treinamento inicial da percepção do bailarino, se reflete diretamente na prática da improvisação de contato, mas também é fato que este estilo de movimento se baseia na invenção de um novo corpo humano na dança, que favorece a individualidade de expressão e o movimento espacial completo, e cuja concepção está centrada na sensação de tocar o corpo humano de outra pessoa durante o processo contínuo de improvisação. A improvisação de contato também é a primeira técnica de movimento dentro da tradição da dança ocidental que não é ensinada com base na vida do corpo humano demonstrativo e sua representação visual.

De um ponto de vista técnico, a dança moderna tende a combinar muitas qualidades cinéticas porque não está ligada a uma estética pré-determinada. O plano técnico é parte de todo projeto coreográfico e é desenvolvido durante o processo criativo. Maria José Fazenda afirma no prefácio do livro citado: “As obras coreográficas contemporâneas têm diferentes formas e conteúdos e diferentes formatos – em termos de tamanho, número de intérpretes, local de apresentação – e o movimento do corpo interage de muitas maneiras com dispositivos plásticos (objetos, conjuntos) e som, assim como com imagens virtuais.

O trabalho intenso e controlado dos membros no ballet, com ênfase na parte superior do corpo, pode ser visto de diferentes maneiras, assim como a contração e relaxamento, a dança de chão e parede, a queda e recuperação e as técnicas de improvisação que caracterizam a dança real. Também são usadas mudanças inesperadas de ritmo, velocidade e direção, bem como danças não ocidentais, como o balanço semi-lateral dos joelhos na dança africana ou os movimentos da dança do butoh.

Características da dança contemporânea

A dança contemporânea é mais uma coleção de sistemas e práticas que evoluíram da dança moderna e pós-moderna. O desenvolvimento da dança moderna é paralelo ao desenvolvimento da nova dança na Inglaterra, mas não depende dela. Podemos distinguir entre a dança contemporânea brasileira, americana, canadense e européia.

Como uma iniciativa, a dança contemporânea não se baseia em uma técnica de dança particular. O criador/performador da dança contemporânea pode ser inspirado por técnicas sistemáticas como o balé tradicional, a improvisação de contato, a sapateado, o flamenco ou várias técnicas de dança contemporânea como as de Lester Horton, José Limón ou Martha Graham. A pesquisa no campo da dança contemporânea se baseia na hipótese de movimento individualizado, como afirma o autor Laurence Louppe em seu livro A Poética da Dança Contemporânea (Lisboa: Orfeu Negro, 2012).

Ele não rejeita as técnicas que o bailarino/performador já conhece, mas em sua pesquisa ele tenta desenvolver o próprio movimento do corpo humano e, através de ensaios, definir os critérios de execução que se tornam a técnica de seu trabalho personalizado: o que deve acontecer em cada projeto coreográfico.

A dança contemporânea não é definida por técnicas ou movimentos específicos. O bailarino dominará a arte de criar sua própria coreografia baseada em técnicas e métodos de pesquisa como improvisação, improvisação de contato, processo Laban, técnica de liberação, Body Mind Centering (BMC), Alwin Nikolais… Estas práticas fornecerão ao artista objetos para criar composições relacionadas a temas políticos, sociais, culturais, autobiográficos, comportamentais e cotidianos, assim como a fisiologia e a anatomia do corpo. Ao mesmo tempo, foi identificada a necessidade de exploração teórica para complementar a prática.

Na dança contemporânea, o corpo humano é tratado principalmente através de técnicas somáticas, incluindo consciência corporal e trabalho por turnos, tais como Alexander, Feldenkrais, Eutons, Klauss Vianna e outros.

Suas principais funções são as seguintes.

  • Não há técnicas pré-definidas,
  • Sem restrições de movimento, vestuário ou canto,
  • Uma apreciação da constante experimentação e inovação,
  • Indo além da metáfora do julgamento, da iniciativa e da emoção representada pela coreografia,
  • Apreciação da construção coreográfica pessoal
  • O custo da improvisação,
  • Vinculação de outros meios artísticos à dança (vídeo, fotografia, artes visuais e digitais, etc.).

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